A sombria e poderosa obra de Florbela Espanca é
sem dúvida um marco na literatura Portuguesa, mesmo não se filiando a nenhum
movimento literário específico.
Seus poemas que abordam temas como sofrimento,
solidão, desencanto e erotismo, traduzem seu sentimento de mundo de forma muito
particular. Sua obra situa-se na literatura de orientação saudosista, produzida
no final do século XIX e início do século XX.
Recebeu influência de Antero de Quental (no cultivo
do soneto) e de Antônio Nóbrega (pelo caráter sentimental e pela presença da
morte).
Florbela d’Alma da Conceição Lobo Espanca nasceu
em Vila Viçosa, Alentejo, em 1894. Seus primeiros versos são da época em que
fez o curso secundário em Évora, e que somente viriam a ser reunidos e
publicados postumamente.
Depois de um frustrado casamento, vai para
Lisboa estudar Direito e, nesse mesmo ano, 1919, publica Livro de mágoas, que
passa despercebida. Igual destino teve sua obra seguinte, Livro de Soror
Saudade, que só viria à público em 1923. Novamente infeliz no casamento,
retira-se do convívio social, embora continue a escrever poesia e a publicá-la
ao acaso.
Recolhe-se a Matosinhos, já agora estimulada
pelas renovadas esperanças de felicidade conjugal, mas seus versos entram a dar
sinais de exaustão. Morre segundo alguns estudiosos de suicídio, em 1930.